terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Cuore.

Não me toques! Não me ames e não te atrevas a procurar-me! Nem penses em bater, nem depressa nem devagar. Não me faças correr, não me faças sentir nem aqui ou em qualquer outro lugar. Não gosto da tua cor, do teu sabor. Não te entendo e morro só de saber que é de ti que dependo.

A culpa não é tua coisa pequena, é de quem te carrega, dos males do mundo!
És coisa agri-doce, pequena, quase como se nao fosse. És corrupção multiplicada por milhões, espalhado por todas as ruas, todas as cidades, todoas as linguas, de todas as cores! És solitário em todas as páginas, és o homem a pegar fogo, és corda ao pescoço, és verniz estalado, papel queimado, és o fundo do poço.
És flor murcha, és cheiro a porco queimado, és duvidoso e perigoso.
És punho fechado, que depois de morto és enterrado e aí de nada serves. Não és memória, nem és história, não és sofrido e sem glória.
O mais que me tiras de menos te tornas, em mim és pedra, és gelo, és pouca coisa, não carrego esse flagelo.
Menos conversa, aqui estás encerrado, não porque não te amo, mas porque tenho o sentimento acabado, abondona quem não te quer, seja homem, criança, animal ou mulher.
Talvez o mundo arda, e assim vais com ele...

Sem comentários: