2050

Sentada na minha cadeira de baloiço, num alpendre branco com vista para o mar. Um jardim a perder de vista, onde os filhos e o netos correm e onde só se vê a felicidade, onde só se ouve risos, música de fundo a acompanhar a minha fotografia!
Os carros voam a gás natural, os aviões alcançam 5000 kms hora em 3 segundos, ainda há a típica bicliceta. A cor de rosa é da Rosinha, a azul é de todos os outros 35!
Do alpendre vejo a serra do meu lado direito, do esquerdo tenho vista para a imensidão do céu e um pouco mais abaixo é a casa dos irmãos, também eles com vista para o mesmo mar, para o mesmo jardim, também eles cheios dos seus!
Da minha cadeira de baloiço vejo tudo, oiço tudo e tudo me agrada, todos sabem onde é a porta de entrada, todos sabem que é ali onde o sol se põe.
As Mafaldas, as Saras, as Cândidas, as Anas, as Madalenas, as Joanas, as Barbaras, as Elizabethes, as Teresas, as Veras, as Marianas, as Mendes, as Filipas, as Catarinas, os Alentejanos, todos vêm à hora do chá, por volta das 17h, com bolinhos de mel, bolo de bolacha, pipocas, bolo de chocolate e bolo de laranja. Uma põe a água a aquecer, outra a loiça a jeito, e eu...eu continuo na minha cadeira de baloiço, no meu alpendre, a ver a minha fotografia...