terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Poema III

As marés vêm e vão,
Como os lugares do coração,
Quando o tempo nos impõe a distância,
O que nos fica é a lembrança, criança.

Coisas que ficaram por dizer,
Actos inuteis que ficaram por fazer,
Risos, noites e canções de amor,
fotografias, companhia, mais um cigarro e uma cor,

As pegadas que deixas dizem me que estás perto,
Sonhos, dias normais, as amizades, tudo o que é certo,
De alguma forma não deixo as memórias partir,
as tuas marcas cravadas não me deixam ir,

Como um barco amarrado ao caís,
Um amor que jámais,
Barco que nunca fugiu, saiu, sentiu,
Amor que não se construiu,
És como o tempo, como as marés,
Não importa de onde, não me importa quem és,

As marés vêm e vão,
Não sei para quê, não sei quem são,
Elas que insistem em passar, não parar,
Mas tu, por mim... podes ficar.

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