sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Tu e a Muralha da China

Já não sei o que te diga ou o que queres que faça, não sei como chegar a ti, já me perdi ao tentar procurar-te.
Já virei infinitas vezes à direita, percorri quilómetros às escuras, apalpando estradas e caminhos esburacados, já me cortei em ramos e arames farpados, já subi árvores, desci escadas, dei 100 voltas à cidade, percorri vilas e aldeias, ultrapassei o limite de velocidade entre ruas habitadas.

Porque não te encontro?

Já dormi em bancos de jardim, pedi à Lua que me guiasse, a Deus que me protegesse, ao Pai que me iluminasse.
Leio a minha sina que em nada me representa, vejo o teu reflexo em qualquer sombra, alimento me das próprias unhas, da minha própria carne.
Já pedi pés emprestados, substitui rótulas, roubei sapatos de estendais, casacos a mendigos, aqueci me com folhas do meu livro, ganhei rugas e olheiras de insistência, mas mesmo assim...
Não te encontro!

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