domingo, 8 de fevereiro de 2009

No name.

Lembro me bem como te conheci, do que tinhas vestido nessa noite, do teu cabelo e do cheiro que senti quando nos cruzamos pela primeira vez.
De como os nossos olhares se fixaram um num outro, de como percebeste a minha ausência quando fugi ao bater das 05 horas.
Da surpresa que foi o teu contacto no dia seguinte, das perguntas e respostas em modo de apresentação. Até porque tudo isto aconteceu tão depressa que nem perguntei o teu nome, nem de onde eras, de onde vinhas e de onde apareceste e porquê só agora?
Esse mistério perseguiu-me nas horas seguintes, sonhei contigo nessa noite, acordei convicta que te ia encontrar outra vez, e que era agora.

-"Quem és tu?"
-"Eu? Queres saber o meu nome ou de que massa sou feito?"
-"Não me respondas com uma pergunta, diz me só quem és tu? E podes começar pelo nome."
-"Digo te de onde venho, não saberes o meu nome torna as coisas bem mais misteriosas, não?"
-"Mas como te chamo se quiser chamar por ti? Como pergunto por ti se não tenho um nome?"
-"Encontras...chamas! Tu sabes como me encontrar, tu sabe-lo bem! "


Falaste-me de onde vinhas, onde vivias, contaste-me histórias das tuas viagens, mostraste me as tuas músicas preferidas, resumiste me o teu livro preferido, confidenciaste me o teu maior segredo, que ainda hoje o relembro com todas as pontuações, as desilusões amorosas e do medo que tinhas em apaixonar-te (Eu sei que tu tens é medo de sofrer).
Vivemos em diálogo intensamente, às 3, 4, 5, 6, 7 horas...
Mas nunca me disses-te o teu nome...
O mistério a que tanto te propunhas acabou por me ajudar mais do que imaginas, as coisas sem nome não se dão importância, são facilmente esquecidas porque nunca foram identificadas. O mistério tornou-se monotonia na investigação e que logo se tornou no cansaço da busca por uma coisa tão simples.
Saio com a mesma simplicidade com que entrei, sem conhecimento de causa, sem justificações.


Hoje aprendi e para a próxima já sei, não pergunto como te chamas!

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