terça-feira, 10 de março de 2009

Vê o meu coração

Assim me aprofundo e vejo o meu outro eu,
Onde me guardo nos sonhos do mundo,
Largo me âncorada de tudo o que é meu,
Deixo me acordada num sono profundo.

Levo um copo de água fresca à fonte,
Perco me no vale onde procuro o monte,
Fecho me à chave do lado de fora,
Procuro o meu eu que não sei onde mora.

Assim me procuro para falar de mim,
Numa confissão inocente sem saber se é assim,
Porque dar me mais seria tirar me um tanto,
Tirar me o mínimo de um pouco seria um mar de pranto.

E assim ensanguentados seriam os meus olhos,
De um sangue fresco que me corre aos molhos,
Se assim o faço é porque Ele assim o diz,
Quem escreve assim ou é louca ou é feliz.

1 comentário:

Anónimo disse...

muito bom!